SOFRIMENTO
A estrada que dá acesso ao assentamento Antônio Alves Moreira, na zona rural de Ananás, se transformou em um verdadeiro rio depois que um córrego transbordou na região. Como o ônibus escolar não passa, os estudantes precisam andar cerca de seis quilômetros e atravessar as águas a pé duas vezes por dia.
O assentamento, que fica a aproximadamente 16 quilômetros da cidade, é só chover que fica daquele jeito. O ônibus deixa eles a seis quilômetros e precisam atravessar aquela água. Fico com medo pelos meus sobrinhos", disse Cássia Bruna, que mora em Ananás.
Na hora de ir para a escola, estudantes levam o uniforme na bolsa ou em sacolas para não molhar. São mais de 180 famílias que vivem no assentamento e estão praticamente ilhadas depois que o córrego, chamado de Iú, transbordou. Segundo a Prefeitura de Ananás, são cerca de 60 estudantes no local.
"Toda vez que vai lá eles dizem que tem que parar de chover [para fazer a drenagem]. Hoje está até mais seco, mas esse é o sofrimento. É assim que nossos filhos vivem todo dia. Saem de casa de manhã, às vezes nem almoça, e chega em casa às vezes 8h da noite", diz Gecilene Ribeiro da Silva.
O prefeito Valber Saraiva (PSDC) disse que há uma emenda parlamentar de R$ 487 mil para construir galerias e resolver o problema da região. Segundo ele, as obras começaram no ano passado, mas a verba demorou a ser liberada e a empresa responsável parou a construção. "Nós pagamos a contrapartida do município, mas o dinheiro da emenda demorou a cair. Quando acabar o período chuvoso a empresa vai retomar o serviço", disse.
Ainda de acordo com o prefeito, os ônibus estão funcionando, mas não têm como entrar em algumas regiões e deixam os estudantes o mais perto possível de casa. Valber Saraiva afirma que não há risco de os alunos ficarem sem aulas. (G1)