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04/01/2021 - 20h29m

EM PARAÍSO

Após prova pericial, Polícia Científica inclui homem suspeito de duplo homicídio na cena do crime

Redação

A obtenção da prova foi possível após perícia e cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do indivíduo, local onde foi encontrado um par de botas usado pelo suposto autor.

Após prova pericial, Polícia Científica inclui homem suspeito de duplo homicídio em Paraíso na cena do crime (Foto: Divulgação)

Por intermédio do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística, unidade ligada a Polícia Científica, e por meio de técnica moderna de exame de DNA, um homem de 36 anos, preso no último dia 19 de dezembro como o principal suspeito de ter matado um casal de idosos em uma fazenda às margens da TO-080, em novembro do ano passado foi, de fato, incluído no local do crime. Com base no trabalho dos profissionais do Instituto de Criminalística, o resultado dos exames serve como prova de suma importância que auxiliará o Ministério Público no prosseguimento do caso. Dessa forma, mesmo que se negue ou se cale quanto a sua presença no local dos fatos, o trabalho conduzido pela Polícia Científica do Tocantins aponta que o suspeito esteve na fazenda que foi palco do crime.

A obtenção da prova foi possível após perícia e cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do indivíduo, local onde foi encontrado um par de botas usado pelo suposto autor. Depois de analisadas pelo Perito Oficial plantonista e encontrado vestígios de sangue humano, o perito encaminhou-as ao Laboratório de Genética Forense em Palmas. Através das análises foi detectado perfil genético (DNA) único e completo que, quando comparado com o perfil genético de referência de uma das vítimas, pode-se afirmar que coincidiam e, fornecendo fortes indícios da participação do homem no assassinato das vítimas.

O casal de agricultores foi morto de maneira brutal na região rural de Paraíso do Tocantins em novembro do ano passado. O duplo homicídio qualificado chocou a população pelos requintes de crueldade, sendo que o suposto autor foi localizado e preso pela Polícia Civil no dia 18 de dezembro. Ele confessou o crime e disse que matou as vítimas em razão de ter sido demitido da fazenda.

A Polícia Civil organizou uma reprodução simulada do crime no último dia 23 de dezembro e indiciou o homem por duplo homicídio qualificado, furto consumado e furto tentado. O Inquérito Policial foi concluído e enviado para apreciação do Ministério Público do Tocantins.

Materialização de vestígios

Conforme o perito oficial e gerente da Qualidade do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística, Marciley Alves Bastos, o trabalho da perícia é solucionar crimes por meio da materialização de vestígios que não podem ser vistos a olho nu. Balizado na ciência e tecnologia, os peritos descobrem a dinâmica dos fatos e a autoria dos crimes de maneira incontestável, o que contribui de maneira decisiva para a descoberta da verdade real e correta aplicação da justiça. “Foi isso que fizemos neste caso, através da técnica moderna de exame de DNA pudemos incluir o suspeito no local do crime” destacou.

Segundo o perito oficial e gerente técnico do Laboratório de Genética Forense, Paulo Wiese Teixeira, outros vestígios biológicos foram coletados das vítimas e de um segmento de madeira que seguem em análise e poderão demonstrar o instrumento usado para matar o casal e se a vítima teria sofrido abuso sexual, aponta.

Para a diretora de Perícias Criminais, Georgiana Ferreira Ramos, a modernização das práticas de investigação pericial e o investimento em ciência e Tecnologia poderão reduzir a impunidade e aumentar a resolução de crimes de homicídio, por exemplo, apresentados pelo Brasil quando comparado com outros países.

Laboratório de Genética Forense

Inaugurado em dezembro de 2019, o Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica do Tocantins vem conseguindo excelentes resultados como a identificação de estupradores em série que cometeram estupros no Tocantins, bem como em outros Estados e identificação de corpos e ossadas.

O Laboratório passa por capacitação e treinamento para integrar a Rede Nacional de Banco de Perfis Genéticos, e após auditoria, o órgão poderá incluir vestígios genéticos e perfis de condenados por crimes hediondos em um Banco Estadual e Nacional para comparação e buscas e com isso solucionar crimes passados e futuros, caso os condenados ali identificados voltem a praticar novos delitos.

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