PSICOSSOCIAL E EDUCAIONAL
A conversa incentivou o diálogo aberto destacando a importância da empatia e do apoio mútuo.
Em alusão à Campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção ao suicídio, o Núcleo de Apoio Psicossocial e Educacional (Nape) da Universidade Estadual do Tocantins Câmpus Araguatins promoveu na noite de quarta-feira, 20, um bate-papo sobre prevenção e saúde mental voltado para os acadêmicos dos cursos de Pedagogia e Letras.
O evento foi conduzido pela psicóloga da Unitins, Maria Adenilda Silva, e contou com a presença da convidada especial, a psicóloga clínica Michelle Maia. Durante a conversa, as profissionais puderam aprofundar seus conhecimentos sobre a relevância deste mês de conscientização, que visa promover a reflexão acerca da saúde mental. As palestrantes enfatizaram que o grupo etário compreendido entre 15 e 29 anos enfrenta um maior risco de pensamentos autodestrutivos e também destacaram que mulheres e mães estão suscetíveis a essa problemática. Além disso, ressaltaram que os sinais de sofrimento psicológico podem ser diversos, mas as questões que podem levar ao ato são multifatoriais.
A acadêmica do 4º período de Pedagogia Loiane Martins compartilhou suas impressões sobre o evento realizado. "Foi um momento muito importante, porque nos incentiva a abrir nossa mente e buscar ajuda, seja para questões pessoais, profissionais ou ambas. Eu achei interessante quando a palestrante mencionou a importância de trabalhar a empatia pelo próximo e de ouvir, independentemente do estado em que a pessoa esteja. Nós, como sociedade, podemos realmente fazer a diferença ao estender a mão a alguém que está clamando por socorro", afirmou.
A psicóloga clínica Michelle Maia enfatizou a relevância da discussão sobre o suicídio no ambiente acadêmico. "A discussão é crucial dentro do ambiente acadêmico devido à oportunidade de criar espaços para fala e escuta. O suicídio é um assunto que deve ser abordado, muitas vezes as pessoas não encontram esses espaços para expressar suas angústias. Antes do ato final do suicídio, a pessoa geralmente manifesta sinais de que não está bem e está enfrentando problemas. Sabemos também que os professores lidam diariamente com alunos que passam por dificuldades e é fundamental que eles também tenham a oportunidade de aprender como apoiar esses alunos", destacou a profissional.
Durante o bate-papo, a psicóloga Maria Adenilda enfatizou a relevância da data e destacou o foco da conversa. "Hoje o nosso foco principal é falar para além do ato em si, queremos conversar com aqueles que ficaram, pois quem permanece pode desempenhar um papel crucial ajudando o outro a permanecer conosco também”. Adenilta destacou ainda a discussão sobre a prevenção ao suicídio não deve se limitar apenas a entender os fatores que levam ao ato, mas também a como podemos apoiar aqueles que estão passando por momentos difíceis.
O diretor do Câmpus Araguatins, Sérgio Mendes, compartilhou que o evento realizado buscou desmistificar o tabu em torno do suicídio. “As iniciativas do Setembro Amarelo no Câmpus Araguatins visam promover o diálogo aberto sobre saúde mental e oferecer apoio a quem mais precisa. O Nape oferece suporte e orientação a quem enfrenta momentos difíceis. Ao abordar o tema do suicídio de forma empática e responsável, destacando que a prevenção é um esforço coletivo e que todos nós podemos desempenhar um papel crucial nesse processo e que juntos, podemos fazer a diferença na vida de muitas pessoas”, destacou.