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09/06/2016 - 07h18m

Artigo: Advogado Araguatinense fala sobre O Limite do Poder

Darlan Aguiar

          O limite do poder

Todo ser deveria conhecer os seus próprios limites. Teria menos dissabores nesta vida terrena.

A política, para os seres humanos, é instrumento de busca e alcance do poder estatal. Em tese, o eleito deve firmar-se na ideologia e ações defendidas quando da eleição e as praticar na sua atividade de governança. É isso que seus eleitores esperam.

Porém, o poder tende ao vício e, como sói acontece, se torna o poder pelo poder. Interesses coletivos são deturpados e tornados interesses pessoais (ou de grupos de pessoas), sem interesse no alcance do bem-estar geral. Antes de ser tentado a isto, deveria o eleito deixar o cargo voluntariamente.

Os exemplos atuais mostram isso.

Um ex-presidente, que fez um primeiro governo exemplar, agora amarga, dado o apego ao poder pelo poder, a derrocada de sua imagem. Quebrou-se o encanto pelo maior presidente da história deste País – O retirante nordestino que se tornou presidente e deu grandes exemplos de inclusão social. Se nisso tivesse fincado apenas em suas ações governamentais, seria elogiado em todos os recantos do mundo, como o analfabeto que deu aula de governança a tantos políticos de tarimba, burocratas e tecnocratas, derrubando a máxima de que “para governar, é preciso ter conhecimento técnicos”.

Há outros exemplos: governadores e prefeitos que fizeram um primeiro mandato exemplar, ao tenderem a se perpetuar no poder, desmancham ou maculam suas biografias, tendendo ao vulgar e ao limbo.

Ao contrário, gestores que são lembrados por bons atos de governança e deram bons exemplos, pouco tempo permaneceram no poder. Em regra, quem no poder se perpetua, tende ao esquecimento.

Ser líder impõe conhecer o limite do poder, e seus próprios limites, demonstrando a um só tempo, liderança, respeito, justiça, afeto e generosidade. Ao deixá-lo no exato momento em que já contribuiu, demonstra bom senso, adequação, conveniência e equilíbrio para o bem da própria República – a necessária alternância de poder.

Todo excesso vicia, condena e se torna piegas, gera permissividade, alienação e irresponsabilidade. Resulta em péssimos hábitos, tornando o que é público, pessoal; tende-se a fingir que não vê o que está errado; protege, em razão do poder, quem não merece; além da ocorrência d’outras disfunções gerenciais nocivas ao Estado, ocasionando no líder sua derrocada moral.

Ao final disso, ao invés de respeito, alça queda livre, derrubando todos os valores e ações positivas antes efetivadas e valoradas. Desbotam-se as instituições, minora-se o poder estatal posto que sua atitudes, ações e decisões já não mais legitimam sua presença. Passa o bom governante a ser visto como um tirano e/ou um criminoso.

O líder faz valer sua autoridade e seu valor na prática de seus atos e no bom exemplo deixado, inclusive, quanto ao certo momento de deixar o poder – é o legado da boa governança.

Portanto, a busca e permanência no poder, como toda e qualquer ação humana, deve ter um limite dado as limitações daquele que o detém. O detentor deve se conhecer e conhecer o momento certo de o deixar, promovendo a necessária alternância e valorização daquilo que já foi conquistado.

DARLAN GOMES DE AGUIAR

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1 Comentário(s)

  • José Aparecido Ferreira da Silva | 07/07/2016 | 23:42 Parabéns Dr Darlan Aguiar,Muito bom,A decência perdida no âmbito político que elevou o país no que está.A indecência forjada por aqueles que de posse do poder inverteu a polaridade de valores depois de ter mostrado o avanço exemplar de governança, tropeça na corrupção e na ambição dado ao apego do poder pelo poder. Infelizmente estamos no que estamos,e não sabemos onde e quando vai haver uma mudança por dias melhores.
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