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23/03/2023 - 10h25m

TOCANTINENSE

CBF denuncia possível manipulação de resultado de jogo entre Tocantins e Tocantinópolis

Por Bico 24 Horas

Empresa privada notificou CBF após constatar com base em mercado de apostas, suspeita de manipulação do resultado da partida que rendeu ao TEC vitória de goleada por 6 a 0.

Tocantinópolis venceu o Tocantins, por 6 a 0 em jogo da 3ª rodada do Campeonato Tocantinense (Foto: Wisley Silva)

O jogo entre Tocantins e o Tocantinópolis Esporte Clube (TEC), válido pela 3ª rodada do Tocantinense de futebol, realizado em 19 de fevereiro, é alvo de investigação por possível violação de integridade de partida para manipulação do resultado. A partida garantiu ao TEC uma vitória de goleada por 6 a 0 contra o Tocantins.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) notificou através de ofício, no dia 17 de março, o Tribunal de Justiça Desportivo do Tocantins (TJD/TO) e o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD), para instauração de procedimento que apure a suposta fraude. As informações constam em circular da Federação Tocantinense de Futebol datada desta quarta-feira, 22.

Um relatório da empresa Sportradar, que integra o Sistema Universal  de Detecção de Fraudes (UFDS), emitido com base em análise do mercado de apostas e enviado à CBF, apontou haver indícios claros de influência ou manipulação para definição do resultado da partida.

Há evidências claras e incontestáveis oriundas dos mercados de apostas fornecendo embasamento para a conclusão de que o curso ou o resultado desta partida foi influenciado ou manipulado ilegalmente com o intuito de auferição de ganhos patrimoniais ilícitos”, apontou a empresa.

No documento consta análise de atuação de jogadores do Tocantins com base em imagens transmitidas durante a partida, com o apontamento de que o clube tenha atuado como “cúmplice na manipulação do resultado” da partida.

O relatório cita dois momentos de atuação da equipe do Tocantins, com atuação suspeita. “No minuto 5 da partida (0:0), após passe errado do atacante do Tocantins Fábio Júnior, o primeiro gol da partida viria a ser marcado (1:0)”.

Na sequência são apontadas outras duas jogadas. “No minuto 31 (3:0), o defensor Rayandson Gonçalves Diniz não obteve êxito em interceptar um passe na área, no que viria a culminar no quarto gol da partida (4:0)”.

A empresa ainda apontou ao clube mandante da partida, que ocorreu no estádio João Ribeiro, atuação que “não denotam vasta superioridade do Tocantinópolis, que realizou somente dois remates à baliza durante o período” durante o primeiro tempo de jogo. “Neste período, a análise de mercado aponta que de acordo com as movimentações das apostas, as cotações se comportaram de forma incompatível com o cenário comum de mercado”.

Apostas monitoradas registraram um interesse anormal e altamente suspeito no mercado de totais de gols, “em especial com suporte maciço dos apostadores para a marcação de quatro e cinco gols na partida”.

Posicionamento dos clubes

O Tocantinópolis afirmou que não é investigado e disse que “repudia esse tipo de comportamento, se tiver ocorrido por parte dos atletas do Tocantins”. Por telefone, o presidente do clube, Vagner Novais, afirmou ainda que para o bem do futebol é importante que as entidades estejam atentas para esse tipo de comportamento.

É para o bem dos dirigentes, para os bem dos clubes, é bom ter fiscalização até para uma proteção aos clubes que fazem um futebol de forma correta e honesta. Jogadores que tiverem más intenções já ficam preocupados pois sabem que está havendo fiscalização”, disse Vagner.

O gerente de futebol do Tocantins, Carlos Dias, comentou que se confirmadas as irregularidades apontadas, todos os envolvidos devem ser responsabilizados e apoiou a abertura de procedimentos investigativos.

Tanto o jogador como a comissão técnica, os envolvidos no fato, precisam ser culpados. A nossa parte do clube foi feita, quando a gente desconfiou de algo do que poderia estar acontecendo ali, a partir daquele momento nós mandamos todo mundo embora que a gente achou que estava nesse meio. [...] Não tínhamos provas concretas mas na desconfiança é melhor mandarmos embora do que deixar darem continuidade”, finalizou.

Dias relatou ainda que quando o clube desconfiou de irregularidades, atuou com a expulsão de suspeitos, toda a comissão técnica e seis jogadores. “Essa foi a atitude que o clube teve que tomar. Não teríamos como tomar outra atitude a não ser essa", disse.

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