Em audiência pública realizada nesta terça-feira, 05, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) entregou à Comissão de Saúde, Meio Ambiente e Turismo da Assembleia Legislativa o relatório anual da gestão 2015, em atendimento à Lei Complementar nº 141/2012. O documento contem as metas superadas, alcançadas e não atingidas, dentro do que foi proposto para o ano com orçamento de pouco mais de R$ 1,6 bi.
O balanço aponta que dentre os pontos mais crÃticos da pasta estão: a vulnerabilidade do sistema devido à s mudanças de gestores, engessamento da legislação no que diz respeito à s aquisições de materiais, distribuição de recursos humanos, falta de organização das redes, principalmente a de atenção básica, o que acaba contribuindo para mais de 30% das internações em hospitais de média e alta complexidade. “Temos trabalhado para atender emergência o que toma nosso tempo, impedindo que seja feito um real planejamento da polÃtica de saúde pública para o Estado†destacou o secretário de Estado da Sesau, Marcos Musafir.
Entre os avanços destacados está o crescimento de 32,5% da rede assistencial, o que segundo a superintendente de Planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS) da Sesau, Luiza Regina Dias Noleto, se deu principalmente pelo crescente número de unidades básicas de saúde. Contudo, apesar do crescimento, o Estado ainda possui déficit de leitos.
O Tocantins também superou metas como o número de consultas básicas por habitantes, com 2.721.780 consultas realizadas, atingindo uma média de 1,8 consulta por pessoa, acima do parâmetro nacional de 1,5; conseguiu a adesão de 100% dos municÃpios ao 3º ciclo do Programa Melhoria da Qualidade; implantou o Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB/e-SUS nos 139 municÃpios e foi atingida a meta de realização de mamografias entre mulheres de 50 a 60 anos, com 4.696 exames realizados.
Para o secretário de Saúde, o relatório retrata o que foi feito de positivo, as dificuldades, a aplicação honesta e transparente dos recursos financeiros, as ações de saúde, a redução do número de casos de doenças endêmicas. “As metas em vigilância foram todas alcançadas, retratando, portanto, uma melhora na saúde do Estado, porém, em todo o paÃs há uma crise na saúde e nós fazemos parte disso. Problemas nós temos e estamos buscando apoio e compreensão da população para enfrentá-los com transparência e seriedade, para promover uma saúde com dignidade, como determina o governador Marcelo Mirandaâ€, ponderou Musafir.
A promotora de Justiça, Maria Roseli de Almeida Pery, afirmou que “ao trazer o relatório, o Estado avança no sentido de mostrar a situação real da saúde no Tocantins. Traz informações daquilo que a secretaria produz e para nós a qualidade do que é produzido também é importante. Pontuamos a questão do pré-natal, cuja qualidade é baixa expondo risco a gestante e recém- nascidos e solicitamos um planejamento por parte do Estado quanto aos pagamentos de fornecedores e profissionais de saúde. Não estamos advogando como parte dessas pessoas, mas como Ministério Público, preocupado com a continuidade dos serviços que podem vir a ser paralisados pelos prestadoresâ€, enfatizou.
Para as questões levantadas pela promotora, o secretário afirmou que está sendo elaborado um Plano de Ação para a Saúde, que deve contemplar todas as demandas atuais. “Estamos trabalhando até nos finais de semanas para que possamos resolver todas as questões pontuais que precisam de solução de forma urgenteâ€, explicou.
Na ocasião, os deputados Olyntho Neto e Luana Ribeiro reforçaram a importância de constar no relatório informações sobre dÃvidas.
A presidente da Comissão de Saúde, deputada Walderez Castelo Branco, se disse sabedora das dificuldades do Estado e encaminhou à secretaria solicitações dos parlamentares presentes, bem como um relatório das dÃvidas atuais da pasta e os recursos disponÃveis para atender as demandas financeiras existentes.