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26/01/2021 - 15h22m

PESQUISA

Estudo cientí­fico sobre Hanseníase no Bico do Papagaio aponta soluções para a saúde pública

Os casos de hanseníase no Bico do Papagaio estão sendo estudados por pesquisadores da região visando a intensificação da prevenção e a importância da imunização dos contactantes.

Estudo é de autoria do enfermeiro Dennis Gonçalves, docente da Unitins e mestre em Sanidade Animal e Saúde Pública pela EMVZ da UFT

Em homenagem ao Dia Nacional de Combate à Hanseníase, comemorado no dia 26 de janeiro, o Governo do Tocantins, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), destaca um estudo inédito realizado no Bico do Papagaio, oriundo de uma tese de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos (PPGSaspt) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus Araguaína. O resultado da pesquisa científica aponta caminhos para a melhoria da atenção à saúde relacionada à hanseníase na região. 

O estudo de autoria do enfermeiro Dennis Gonçalves Novais, docente da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), e mestre em Sanidade Animal e Saúde Pública pela Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia (EMVZ) da UFT, avaliou possíveis fatores determinantes da doença na região, por meio da realização de entrevista com pacientes notificados para hanseníase, de 2016 a 2018, além da análise de dados da doença registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre 2008 e 2018. A dissertação foi concluída em setembro de 2020.

Como toda pesquisa científica requer tempo, durante o período de estudo epidemiológico, foram contabilizados 1.257 casos novos, sendo que a maior prevalência da doença ocorreu no sexo masculino, contabilizando um percentual de 54,49%. “Também foi identificado que a frequência da doença atinge pessoas com baixa escolaridade, em torno de 60,76%. Já os moradores da zona urbana apresentaram a maior incidência da doença, com 74,14% dos casos. O estudo também apontou que indivíduos que relataram casos anteriores de hanseníase na família tiveram mais chance de infecção, indicando a importância da identificação e proteção dos contactantes pelo sistema de saúde da região do Bico do Papagaio”, explica o pesquisador.

Pesquisa científica contou com a orientação da professora doutora em Ciências Veterinárias, Helcileia Dias Santos, docente do PPGSaspt/UFT

A pesquisa científica contou com a orientação da professora doutora em Ciências Veterinárias, Helcileia Dias Santos, docente do PPGSaspt/UFT, que acompanhou todas as etapas do estudo. “Apesar de ser uma pesquisa pioneira, observa-se a carência de pesquisas acerca da distribuição espacial da doença na região a ser estudada a fim de subsidiar a melhoria do entendimento do comportamento endêmico da doença, dada a sua complexidade epidemiológica, além de fomentar futuras ações dos órgãos de saúde no controle e prevenção da hanseníase”, ressaltou.

O Governo, por meio da Fapt, apoia iniciativas científicas que visam soluções em todas as áreas do conhecimento, pois os estudos partem de um levantamento de problemas e o amparo técnico de cientistas, em especial do Tocantins, tem contribuído de forma significativa para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Isso representa um excelente trabalho realizado pelas universidades de nosso Estado na valorização da ciência, tecnologia e inovação”, destaca o presidente da Fapt, Márcio Silveira.

Hanseníase                                                                                                           

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, uma bactéria intracelular que pode causar deformidades e incapacidades físicas, além de danos psicológicos aos doentes. A doença é altamente contagiosa no caso de pacientes sem tratamento, transmitida por meio da fala, tosse e espirro. Afeta a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos. Os sintomas são identificados pelas manchas claras ou vermelhas na pele e redução da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e pés. A hanseníase é infecciosa, crônica e curável se houver tratamento adequado e precoce. O rastreamento dos contatos, diagnóstico precoce e tratamento adequado são as principais medidas de controle da hanseníase.

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