ASSISTÊNCIA SOCIAL
“A cultura e a língua materna precisam ser observadas e respeitadas no trabalho realizado com povos indígenas e temos que ter uma atenção especial com essas comunidades”, com essa declaração a consultora da UNESCO e representante do Ministério das Cidades, Gildene Carvalho, resumiu, nesta semana, durante acompanhamento a visita domiciliar para avaliação do Programa Criança Feliz (PCF), em Tocantinópolis; o tamanho da responsabilidade e a importância do trabalho desenvolvido pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), em aldeias indígenas do estado.
A consultora da Unesco reafirmou o reconhecimento aos esforços do Governo para a execução do ‘Criança Feliz’. “O Tocantins, por meio da equipe da Setas, é referência para todo país, pelo grande esforço em capacitar e qualificar os agentes municipais do programa”, afirmou. “Esse suporte é fundamental para os avanços do Criança Feliz no país”, assegurou.
O programa visa trabalhar o desenvolvimento integral das crianças na primeira infância e também o período gestacional. Esse período é entendido como crucial na formação da base cerebral do ser humano e uma janela de oportunidades de aprendizagem. Reforça principalmente garantia do vínculo afetivo entre a criança e as famílias.
Visitas domiciliares
As ações do Programa se concentram em visitas semanais às crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família (BPF), com idade entre zero e três anos, quinzenais às de até seis anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), e mensalmente às gestantes beneficiadas pelo BPF. Nos encontros, as famílias recebem informações sobre como estimular o desenvolvimento dos filhos, com foco em temas como saúde, educação, cultura e garantia de direitos, entre outros.
Aldeias
No município de Tocantinópolis, as aldeias São José, Mariazinha e Prata estão inseridas no ‘Criança Feliz’. Ao todo 22 famílias indígenas são atendidas. O trabalho nas aldeias começou em setembro de 2017. Para a coordenadora e supervisora do PCF, Verônica Rufino de Macedo, o diferencial no atendimento aos indígenas a valorização e o comprometimento. “As famílias sempre procuram os visitadores para inserir mais crianças no programa”, contou.
A visitadora de Tocantinópolis, Joana Carolina, realizou visita domiciliar na aldeia São José, nessa semana, falou sobre o respeito à língua materna. “A língua falada na aldeia é o Apinajé, por isso a gente passa as atividades para a cuidadora para que sejam transmitidas na linguagem materna, preservando a identidade”, informou.
Apinayé ou apinajé é um povo indígena que habita as terras localizadas entre a margem esquerda do Rio Tocantins e a margem direita do rio Araguaia, no norte do estado do Tocantins, Brasil, na região conhecida como Bico do Papagaio.
Criança Feliz
O ‘Criança Feliz’ é uma iniciativa do Governo Federal para ampliar a rede de atenção e o cuidado integral das crianças na primeira infância, considerando sua família e seu contexto de vida.
Desde que o Tocantins aderiu ao Programa em 2016, foram realizadas mais de 20 mil visitas domiciliares no estado. Atualmente, cerca de seis mil crianças e gestantes são acompanhadas pelo ‘Criança Feliz’, em mais de cinco mil visitas. No total, 51 municípios tocantinenses desenvolvem o Programa