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08/03/2023 - 21h00m

REUNIÃO

Governo do Estado movimenta diálogo com as comunidades Quilombolas tocantinenses

Por Bico 24 Horas

Reunião teve como pauta principal movimentar os trabalhos de regularização das comunidades Quilombolas tocantinense.

Movimentando por meio de reunião os trabalhos das comunidades Quilombolas tocantinenses (Foto: Taty Vargas)

Nesta terça-feira, 7, o Governo do Estado do Tocantins, através do presidente do Instituto de Terras do Estado do Tocantins (Itertins), Robson Figueiredo, conduziu a reunião que teve como pauta principal movimentar os trabalhos de regularização das comunidades Quilombolas tocantinenses, bem como, a criação de um grupo de trabalho que reúna entidades interessadas e órgãos competentes, a fim de traçar diretrizes e ações que possibilitem a regularização das comunidades.

Presenças

Participaram da reunião, a secretária Narubia Werreriá, da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais, Dr. Renatto Mota, diretor jurídico, representando o presidente Renato Jaime do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), o Dr. Álvaro Manzano, Procurador Chefe substituto do Ministério Público Federal, além da equipe do Itertins, composta pela Dra. Luana Alves, diretora jurídica, Dr. Onercy Neto, diretor de regularização fundiária, e o técnico em agrimensura do Setor de Cartografia, Sr. Caetano Pereira.

Representando as comunidades Quilombolas compareceram Maria Aparecida, coordenadora executiva da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Tocantins (COEQTO), e da Coordenação Nacional de Quilombos do Brasil (CONAQ), Paulo Rogério Gonçalves, diretor técnico da Associação Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO) e o Dr. Cristian Ribas, advogado e assessor Jurídico da COEQTO.

A regularização fundiária das comunidades Quilombolas

A regularização fundiária de Comunidades Quilombolas tem base legal no Decreto Federal 4.887/2003, que teve sua validade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de fevereiro de 2018. O referido dispositivo regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos.

Desta forma, essa que era uma demanda de competência exclusiva da União, torna-se obrigação também dos Estados, tendo em vista as áreas às quais estes tem a atribuição de regularizar. E é assim que hoje o Governo do Tocantins busca se adequar a essa nova realidade, trabalhando para que esses direitos sejam resguardados na sua integralidade.

Em busca da promoção do direito à propriedade das comunidades Quilombolas, o Governo do Tocantins mobilizou seus Órgãos competentes, por meio do Itertins, e estão sendo realizados incansáveis esforços na regularização das respectivas áreas, para isso, mantém o diálogo e parceria constante com a Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais, que disponibiliza o suporte necessário acerca da matéria. Além de contar também com o Naturatins, a quem compete as tratativas sobre a parte ambiental.

Para o presidente do Itertins, Robson Figueiredo, a reunião realizada hoje é de suma importância. “Conforme o que foi colocado nessa reunião de grande relevância, tratamos dos caminhos que vão ser trilhados para que todos sejam beneficiados no contexto da coletividade, com isso nós precisamos alinhar o cenário fundiário, o cenário ambiental e o cenário de políticas públicas para que isso se concretize. E, portanto, diante de tudo isso, que venha a beneficiar com o bem estar social, o respeito a sua ancestralidade cultural, o acesso por meio da titulação sólida, e de princípios legais dentro da administração pública.” E acrescentou, “precisamos e vamos buscar trabalhar em equipe, em consonância, para alinharmos tudo em sua perfeita harmonia”.

A coordenadora executiva Maria Aparecida, enfatizou que o diálogo com Itertins foi essencial para o andamento das demandas da comunidade, “eu acredito que com o diálogo vai ser o primeiro passo de um processo feito de acordo como o movimento entende e como tem de ser feito. Com o diálogo, nós temos o entendimento das normativas e das leis que possibilitam essas regularizações territoriais. Nós queremos que o Estado entenda porque as comunidades quilombolas querem seus territórios coletivos, e com a criação desse Grupo de Trabalho (GT), junto à Secretaria de Povos Tradicionais, que tem um departamento quilombola dentro da secretaria, tendo o Itertins, Ministério Público Federal, Defensoria Pública Estadual, o movimento se torna muito importante”.

Hoje o Tocantins tem o registro de 44 comunidades quilombolas, e o Governo do Estado entende e trata com seriedade a importância e a riqueza das suas tradições, lutas e conquistas, dando o devido respeito e valorização àquilo que é raiz e história do próprio Estado.

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