O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Itaguatins, ingressou com três ações civis públicas contra o Estado do Tocantins, nas quais requer o devido aparelhamento das unidades das polÃcias Civil e Militar em três municÃpios da região do Bico do Papagaio: Itaguatins, Maurilândia do Tocantins e São Miguel do Tocantins.
Nas ações, datadas do último dia 17, é alegado que a PolÃcia Civil conta com equipes incompletas nas três cidades, o que faz com que os inquéritos de acumulem. Em Itaguatins, há 157 inquéritos acumulados; em Maurilândia, 59; em São Miguel, 54. “Os procedimentos superam, em muito, a capacidade operacional das delegacias, de tal forma que todos os prazos para a conclusão das investigações são diariamente violadosâ€.
Nas três cidades, faltam delegado, inspetores, peritos, papiloscopista, médico legista, auxiliar de autópsia. Ainda de acordo com as ações, “na prática, as unidades de PolÃcia Civil, não existemâ€.
Em contraponto à ausência de pessoal, as ações judiciais lembram que o Estado possui um concurso público em vigência para o preenchimento de cargos da PolÃcia Civil.
Também é frisado que a central de flagrantes mais próxima localiza-se em Augustinópolis, o que demanda que as pessoas presas em situação de flagrante sejam deslocadas por mais de 50 quilômetros para que se lavrem os autos.
Quanto à PolÃcia Militar, somente dois policiais cumprem plantão em cada cidade, número insuficiente para atender as demandas.
Além da falta de profissionais, também foi relatada a carência de material de trabalho, de viaturas, e toda uma estrutura mÃnima necessária para a efetiva atuação das polÃcias Civil e Militar. Nas três cidades, é urgente desde a reforma predial até o abastecimento de material básico de escritório, como canetas e envelopes.
Omissão
Sobre a omissão do Estado, o Promotor de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira considera que existe uma desatenção em especial à s regiões menos populosas: “Os grandes centros estariam amparados com delegacia, ao passo que as comarcas de médio e pequeno porte não teriam nada, em franca e injusta discriminaçãoâ€, alega. As três cidades, que estão localizadas no Bico do Papagaio, portanto, devem ser priorizadas pela proximidade com a região de fronteira do Estado do Maranhão e Pará, frisa o Promotor de Justiça.
Solução
Para solucionar as deficiências, o Ministério Público requer que sejam lotados ou nomeados policiais civis e militares para atuar nos três municÃpios no prazo de 60 dias. Devido à urgência do caso, é requerida que uma liminar obrigue o Estado a tomar as providências, antes do julgamento do mérito da ação.