A 4ª Conferência Estadual de PolÃtica para as Mulheres começa nesta terça-feira, 16, à s 19 horas, em Palmas, no auditório do Turim Palace Hotel, defendendo o tema “Mais direitos, participação e poder para as Mulheresâ€, com o propósito de fortalecer a PolÃtica Nacional para as Mulheres. No dia 17, as discussões ocorrem das 8 à s 17 horas. O desafio principal dessa Conferência é traçar estratégias para que as polÃticas públicas de igualdade para as mulheres sejam efetivas no Tocantins. A secretária de Mulheres do Estado de Pernambuco, Silvia Cordeiro, fará palestra de abertura da Conferência sobre o tema do evento.
A proposta é que as mulheres participantes da 4ª Conferência Estadual definam as estratégias para recobrir o Tocantins de norte a sul com a ampliação e o aprofundamento de polÃticas para as mulheres e o pleno funcionamento de organismos governamentais de polÃticas para as mulheres (OPM) e de conselhos municipais dos direitos da mulher. Estas ações são fundamentais para impulsionar de forma definitiva a construção de um estado de igualdade entre mulheres e homens.
Ao todo 122 delegadas, que compõem a rede de mulheres no Tocantins participarão, entre feministas, sindicalistas, profissionais, estudantis, lésbicas e transexuais, oriundas de Esperantina, Tocantinópolis, AraguaÃna, Dianópolis, Figueirópolis, Gurupi, Miranorte, Natividade, São Félix do Tocantins, Porto Nacional, Colinas, Juarina, Colméia, Nova Olinda, Pau D`Arco, Palmas e Formoso do Araguaia, localidades essas que já realizaram conferência municipais para mulheres.
Segundo a Secretaria de PolÃticas para Mulheres (SPM), do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, apesar de não serem práticas novas, as conferências estaduais – que estão sendo concluÃdas este mês com São Paulo, Sergipe e Tocantins - e uma nacional, em BrasÃlia entre 10 e 13 de maio, são certamente inovadoras, no sentido de possibilitarem a participação da população para elencar reivindicações e propor estratégias de ação para a elaboração de polÃticas públicas junto aos governos .
Eixos
Quatro eixos centrais de discussão compõem a Conferência Estadual: 1. Contribuição dos Conselhos dos Direitos da Mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades: avanços e desafios; 2. Estruturas institucionais e polÃticas públicas desenvolvidas para mulheres no âmbito municipal, estadual e federal: avanços e desafios; 3. Sistema polÃtico com participação das mulheres e igualdade: recomendações; e 4. Sistema Nacional de PolÃtica para as Mulheres: subsÃdios e recomendações.
Cidadania e Justiça
O eixo 1, que constitui a questão central da Conferência, visa romper com uma formação social onde o poder é masculino, regulador e hierárquico e que se quer como referente universal. No Tocantins, para fazer o equilÃbrio entre gêneros masculino e feminino, o governador Marcelo Miranda criou nessa sua nova gestão a Diretoria de PolÃticas para as Mulheres e a Gerência de PolÃticas para as Mulheres na estrutura da Secretaria de Cidadania e Justiça para fortalecer as polÃticas públicas para as mulheres tocantinenses e aumentar a presença delas em todas as áreas profissionais e humanas.
Além disso, é atuante o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), uma entidade que tem sido essencial para a efetivação dos mecanismos de controle da gestão pública pela sociedade civil, destacando o movimento de feministas e mulheres - Ãndias, negras, brancas, lésbicas, idosas, jovens mulheres, com deficiência, ciganas, profissionais do sexo, rurais, urbanas, periféricas, entre outras – e que participem, ativamente, em suas especificidades e nas suas localidades.
Tarefa
De acordo com a secretária de Cidadania e Justiça, Gleidy Braga, coloca-se para as participantes da Conferência a tarefa de pensar quais são os desafios que hoje se colocam para que a sociedade civil, em especial o movimento feminista e de mulheres, possa continuar impulsionando o desenvolvimento das polÃticas para as mulheres na busca da igualdade de gênero e dos seus direitos.
Além desses organismos, as polÃticas para as mulheres para camadas desprotegidas são proporcionadas pelas Unidades Móveis de Atendimento à s Mulheres Rurais em Situação de Violência, por meio de ônibus adaptados que levam serviços especializados da Rede de Atendimento à s Mulheres em Situação de Violência à s populações com menores condições de acesso. Dois ônibus foram direcionados ao Tocantins pela SPM.
As unidades móveis - que fazem parte do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e se somam ao programa “Mulher, Viver sem Violência†– tem como objetivo integrar serviços para aplicação da Lei Maria da Penha no campo, na floresta e nas águas. Com essa ação são levados serviços de segurança pública, justiça, assistência psicossocial e informação sobre a Lei Maria da Penha para mulheres que vivem em áreas remotas.
“Trabalhar a gestão de polÃticas públicas para as mulheres, nas várias esferas de governo, significa atuar sempre no sentido de romper com barreiras, resistências e eletividade de recursos. No caso das polÃticas para as mulheres, devem ser priorizados os serviços públicos essenciais, como a erradicação da violência contra as mulheres, que tem crescido consideravelmente no Tocantinsâ€, argumenta a diretora de PolÃticas para as Mulheres, Ana Maria Guedes Vanderlei.
O último estudo divulgado pelo Ministério da Justiça, referente ao ano de 2014, mostra que a violência contra a mulher tem aumentado no Tocantins. De acordo com o estudo, foram 133 casos de violência contra a mulher para cada grupo de 100 mil habitantes em 2014, em Palmas. Já o Estado teve 57,31 ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes.