O estudo cientÃfico recebeu quase R$ 500 mil do Governo do Estado em parceria com o CNPq, e visa identificar quais são as melhores condições para o cultivo do fruto em solo tocantinense
Qual o melhor tipo de adubação, quais cultivares mais se adaptam ao Tocantins e que forma de irrigação é recomendável para a produção de melão? “Nossa pesquisa responde todas estas questões para que os produtores tocantinenses tenham total segurança da viabilidade de cultivar o melão com sucessoâ€, explica Gil Rodrigues.
Com o objetivo de fortalecer a cultura do melão no Tocantins, a pesquisa Desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para produção de melão no Estado do Tocantins, vem sendo desenvolvida pelo professor, doutor em fitopatologia e pesquisador da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Gurupi, Gil Rodrigues dos Santos.
O estudo cientÃfico foi financiado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), por meio do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência e Pesquisa (Pronex), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e Tecnológico (CNPq).
Com vários fatores favoráveis como o clima, o solo e a disponibilidade de água, a produção de melão no Estado do Tocantins tem tudo para se tornar referência nacional. Entretanto o Estado ainda não tem uma produção satisfatória do fruto. Em 2012 foram produzidos 1.134 toneladas numa área de 58 hectares, sendo 53 hectares no municÃpio de Formoso do Araguaia e 5 no municÃpio de Palmeirópolis, ambos no sul do Estado, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro).
Segundo Rodrigues, o melão é da mesma famÃlia da melancia, fruta que, ainda de acordo com informações da Seagro, já tem produção consolidada no Estado, com produção de aproximadamente 96 mil toneladas e mais de 4 mil hectares plantados, gerando cerca de 1300 empregos diretos na última safra. “Essa pesquisa pretende dar condições para que, assim como a melancia, o melão se torne destaque na produção de frutas do Tocantinsâ€, afirma o pesquisador.
Ele argumenta ainda que o melão tocantinense pode ser uma alternativa de mercado, já que no Tocantins o fruto pode ser cultivado no perÃodo entre maio e outubro, época em que o nordeste, maior produtor do PaÃs, não produz por causa da seca.
A pesquisa
Desenvolvido em Gurupi, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Pedro Afonso, Porto Nacional e Palmeirópolis, o estudo cientÃfico avaliou que projetos de irrigação como o de Rio Formoso, desenvolvido no municÃpio de Formoso do Araguaia, têm capacidade de alavancar o cultivo do fruto, além do clima, do solo e da água abundante, encontrados em algumas regiões do Estado.
Em relação à sanidade da planta a pesquisa descobriu que as principais pragas da cultura são: a Mosca branca; Brocas das cucurbitáceas, Pulgão, Moscas minadoras e a Vaquinha. Já as doenças mais comuns do meloeiro são o Cancro-das-hastes ou crestamento-gomoso, Podridão do caule e o Mildio. Essas pragas e doenças atacam as folhas e caule da planta comprometendo a produção.
Por outro lado a avaliação identificou a presença dos insetos benéficos à produção, como as moscas silvestres, as formigas e a joaninha que agem como predadores das pragas, além das abelhas e maribondos que atuam como polinizadores carregando grãos de pólen de uma flor para outra, possibilitando a germinação dos frutos.
Na parte da irrigação, por exemplo, observou – se que a técnica por gotejamento obtém melhores resultados do que na técnica por aspersão. As variedades que mais se adaptaram ao clima e solo do Tocantins foram as espécies: hibrix e eldorado, variedades de melão amarelo, que são as mais aceitas comercialmente.
Sobre a sustentabilidade, a pesquisa investigou os impactos do uso de agrotóxico nas plantas e para o controle de pragas e doenças. “Nossa intenção é saber se a aplicação desses defensivos agrÃcolas influenciam na saúde da planta ou se elimina os insetos polinizadoresâ€, explica.
O pesquisador ainda salienta que a técnica de cobrir o solo com mulching – que consiste em aplicar lona de plástico na superfÃcie do solo – cria uma barreira contra o excesso de calor e vapor d"água no solo contra as plantas daninhas.
Incentivos do Governo do Estado
O projeto recebeu recursos no valor de R$ R$ 499.729,90 que serão utilizados na estruturação de laboratórios, pagamento de bolsa de estudos, custeio de viagens e na compra de insumos para a pesquisa que tem 60% das ações previstas executadas. Financiada pelo governo do Estado em parceria com CNPq, a pesquisa cientÃfica é executada por uma equipe de 15 pessoas entre pesquisadores e estudantes de iniciação cientÃfica de graduação e pós – graduação.