ESQUEMA
A Polícia Civil do Tocantins está investigando se Flavilene Maria Bueno Coelho, ex-mulher do deputado estadual Valdemar Júnior (MDB), recebeu na própria conta bancária depósitos de funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa. A força tarefa da operação Catarse recebeu comprovantes que indicam que Flaviane pode ter sido a destinatária de parte dos salários dos servidores que recebiam sem trabalhar.
Os documetos são de julho de 2017 e dizem respeito ao recebimento de R$ 4 mil no mesmo dia, mas em operações distintas. No mesmo pacote, também foi entregue um contracheque com anotações a mão que seriam da ex-mulher do parlamentar. Ele é de 2015, referente ao salário do mês de novembro de uma das assessoras parlamentares do deputado. Há uma série de cálculos feitos com caneta no papel.
Os indícios reforçam a suspeita da polícia de que Flaviane seria a operadora do suposto esquema. De acordo com a investigação, os funcionários contratados do gabinete que não trabalhavam ficavam com uma pequena parcela dos salários, cerca de R$ 300, e repassavam o resto para coletores que enviavam o dinheiro para Flaviane.
Uma das investigadas fechou acordo de delação premiada com a polícia e entregou também um extrato de dezembro 2018 que mostra que ela repassou parte do próprio 13º para uma das coletoras. A mulher que recebeu o depósito foi interrogada pela polícia, mas decidiu ficar em silêncio.