OPERAÇÃO DESCONSTRUÇÃO
Casa do proprietário também foi alvo da Operação ‘Desconstrução’. Engenheiros e funcionários foram proibidos de entrar em instituição bancária. Prejuízo aos clientes pode passar de R$ 5 milhões.
Uma operação que investiga supostas fraudes de uma construtora contra clientes levou a Polícia Civil a deflagrar a Operação ‘Desconstrução’ nesta segunda-feira (8), em Araguaína. Foram cumpridos mandados de busca e investigação do proprietário, três engenheiros e um funcionário da empresa, que teriam fraudado documentos para receber valores de financiamentos bancários.
Segundo o inquérito da Polícia Civil, além dos mandados cumpridos na construtora, que não teve o nome divulgado, os agentes também estiveram na casa do proprietário e da ex-secretária, que era considerada o braço direito. O prejuízo aos clientes pode passar de R$ 5 milhões.
Os crimes aconteciam após a contratação da empresa por clientes interessados em construir casas. Eles eram orientados a fazer uma assinatura eletrônica, para ser usada no recolhimento de impostos junto à previdência e no serviço digital da Receita Federal. Com essa assinatura, a empresa conseguia assinar as chamadas Planilhas de Levantamento de Serviço (PLS), que segundo a polícia, faziam parte dos documentos que atestavam a evolução na obra.
As vistorias ficam por conta do cliente, mas como a empresa tinha a assinatura eletrônica, atestavam como se o serviço estivesse concluído em determinada etapa sem avisar as vítimas. Mas conforme a investigação, na realidade, obras ainda no reboco apareciam como se estivessem com acabamentos e até pintura.
“Os valores dos financiamentos eram liberados e depositados nas contas dos clientes, estes sem saber o que estava acontecendo, transferiram para a conta bancária da empresa que se apropriou dos valores, não os empregando nas obras”, explicou o delegado Luís Gonzaga, responsável pela investigação.
Na sede da empresa, em Araguaína, os agentes apreenderam computadores e diversos documentos, que vão passar por perícia.
Três engenheiros e um funcionário da construtora também terão que obedecer medidas cautelares e não podem entrar nos prédios administrativos da instituição financeira; estão proibidos de manter contato com as vítimas, testemunhas e demais investigados, são obrigados a comparecerem em juízo todas as vezes que forem intimados para atos do inquérito, entre outras determinações.
A polícia acredita que a construtora deve ter conseguido muito mais que os R$ 5 milhões apurados até o momento, se forem localizadas mais vítimas.