Vestidos com terno e gravata, cerca de 70% dos agentes, escrivães e papiloscopistas da PolÃcia Federal no Tocantins iniciaram na manhã desta terça-feira (25) uma paralisação, com o objetivo de chamar a atenção da população quanto ao que eles consideram como o sucateamento da instituição. A ação segue a mobilização nacional, que ocorrerá durante 48 horas.
Conforme as informações, todos os serviços realizados à população, como emissão de passaportes e registro de ocorrências estão funcionando normalmente, mas com efetivo reduzido. "A paralisação segue as recomendações para os casos de greve de servidores públicos [quando um efetivo mÃnimo de 30% precisa ser mantido para a manutenção dos serviços]", informou Mauro Knewitz, diretor do Sindicato dos Policiais Federais do Tocantins (Sinpefto).
De acordo com os policiais federais, de 2008 a 2013 houve uma queda muito grande no número de operações contra a corrupção em todo o paÃs. Eles questionam "a quem interessa uma PolÃcia Federal sucateada", como forma de apontar uma queda de 86% nos indiciamentos dos crimes do colarinho branco e desvios de verbas públicas nos últimos cinco anos.
Parte do problema, segundo eles, está na falta de recursos. "É preciso que a PF passe por uma reestruturação e essa é uma de nossas exigências. Precisamos de investimentos, de pessoal e menos burocracia para dar continuidade ao nosso trabalho", destacou Knewitz.
No Tocantins, a última operação desse nÃvel, conforme os agentes, foi a Maet, que teve como objetivo combater a corrupção no judiciário tocantinense e que levou ao afastamento da presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Willamara de Almeida.
Usando a frase "Apagão da PolÃcia Federal", os policiais reivindicam aumento salarial e ainda autonomia nas investigações, uma vez que, segundo eles, atualmente as ações que envolvem polÃticos devem informadas antes para o ministro da Justiça.
A categoria recusou proposta de reajuste de 15,8% e não fechou acordo com o governo . Sobre uma possÃvel resposta da gestão, os policiais informaram que muitas reuniões são agendadas, mas que sempre são desmarcadas. Eles alegam que enquanto não receberem uma resposta quanto à s mobilizações, as paralisações continuarão sem prazo para acabar.