CÂMPUS ARAGUATINS
A ação alcançou estudantes do ensino básico da Escola Estadual Genésio Gomes, em Praia Norte.
Representantes docentes e discentes do curso de Letras da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Câmpus Araguatins, participaram da Semana Multidisciplinar na Escola Estadual Genésio Gomes, em Praia Norte, na última quinta-feira, 24. O coordenador do curso, Victor Fernandes Borges, a professora Luama Socio e o acadêmico Léo Daniel da Conceição Silva fizeram uma palestra alusiva ao Dia da Consciência Negra, datado em 20 de novembro.
Na oportunidade, os membros da Unitins puderam discutir o assunto a partir da perspectiva dos povos quilombolas da região Norte do Tocantins por meio da apresentação do projeto de extensão ‘Histórias da Ilha’, desenvolvido pelos palestrantes em conjunto com o colaborador externo Walter Antunes. A iniciativa ouviu e contou histórias de quilombolas da Ilha de São Vicente, localizada em Araguatins, nos anos de 2019 e 2020.
O coordenador do curso de Letras do Câmpus Araguatins, Victor Fernandes Borges, destacou que “o trabalho realizado nas escolas fortalece o diálogo com a comunidade externa, quebrando barreiras imaginárias que são criadas entre a universidade e a escola, principal campo de atuação dos profissionais de Letras. Além disso, tratar dessas questões raciais, identitárias, de luta e resistência do negro na sociedade, é uma necessidade dos 365 dias no ano, pois a população negra luta diariamente pela valorização, respeito e conscientização da sua história e relevância cultural na sociedade”, argumentou.
De acordo com os participantes, a palestra cumpriu sua função educativa, uma vez que o material produzido a partir das pesquisas realizadas na Ilha de São Vicente foi compilado em um site que pode ser utilizado como material didático de referência nas escolas sobre a formação da identidade tocantinense no tocante às suas raízes africanas.
“Levar o ‘Histórias da Ilha’ para vários pontos da região do Bico do Papagaio é um dos objetivos do projeto de extensão. Ficamos muito felizes em perceber o interesse que essas histórias despertam nas pessoas. Isso indica a importância da riqueza imaterial, ou seja, das histórias, poemas e narrativas das comunidades tradicionais na formação da identidade do povo. Percebemos que as pessoas se reconhecem nessas histórias que vêm de muito longe, da ancestralidade africana miscigenada com a ancestralidade indígena”, defende a professora Luama Socio.
A palestra foi resultado de um convite intermediado pela egressa do curso de Letras do Câmpus Araguatins Adriana Alves de Sousa. “Gostaria de parabenizar a professora Luama, o coordenador Victor e toda a equipe por essa palestra que nos trouxe um momento de reflexão, relatando de maneira geral a luta pela liberdade dos povos quilombolas e sua luta pela sobrevivência. Acredito que nossos professores e alunos jamais esquecerão”, agradeceu.
A coordenadora da Escola Estadual Genésio Gomes, Maria do Carmo Alves, destacou a maneira como o conteúdo foi apresentado e também agradeceu a colaboração. “Gostaria de parabenizá-los pelo conteúdo, forma de apresentação e pelos belos seres humanos que demonstraram ser. Parabéns pelos seus ideais de vida e por conseguirem levar a todos o conhecimento sobre a história dos povos brasileiros e a luta pela sobrevivência dos povos quilombolas por meio das histórias da Ilha”, pontuou.
O site Histórias da Ilha pode ser acessado por toda a comunidade. No espaço virtual é possível conhecer oito histórias de moradores da Ilha de São Vicente, incluindo a trajetória de Fátima Barros, que se tornou um ícone da luta dos povos quilombolas tocantinenses e que morreu de Covid-19 durante a pandemia.