Após uma paralisação na quarta-feira, 22, os servidores da educação do
municÃpio de Axixá devem entrar em greve definitiva a partir desta
quarta-feira, 29. As informações foram repassadas ao CT,
pela presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Axixá,
Antônia Pereira da Silva, que também teceu duras crÃticas à gestão do
prefeito Ruidiard de Sousa Brito.
Antônia contou que o prefeito continua atrasando os salários dos
servidores. “Não temos data certa para receber. Já tem gente aqui que
está passando necessidadeâ€, disse.
Conforme o secretário de administração Bruno Fragata afirmou ao CT,
na quarta, o atraso dos salários se deu devido ao recurso do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb) ter sido “insuficienteâ€. “Só entrou
R$ 60 mil do Fundeb e a folha de pagamento dos servidores da educação é
de R$ 263 mil. Precisamos aguardar o dia 30 para recebermos o restante
do recurso e completar os saláriosâ€, garantiu.
Para resolver o problema, uma reunião foi feita entre o prefeito, o
sindicato e o Ministério Público para tentar resolver o problema, na
qual o prefeito foi aconselhado a enxugar o búmero de servidores da
educação para conseguir honrar os compromissos com a folha de pagamento.
“Ele não fez isso. Todo dia ele contrata um novo comissionado para a
educação. Não vem cumprindo os compromissos com os profissionais e o
ressarcimento do piso dos professores foram retirados em abrilâ€,
reclamou.
Conforme a presidente, são cerca de 190 servidores da educação em Axixá
que não teriam recebido o salário referente ao mês de julho. “Não
receberam esse mês. Não receberam as férias. Está tudo atrasadoâ€, disse,
acrescentando que outras categorias também estariam com o mesmo
problema. “Agente observa que isso aqui está sendo abuso de poderâ€,
disparou.
Relatório
Além das reclamações da servidora, o CT teve acesso ao
relatório do Tribunal de Contas do Estado referente às contas de 2011 do
prefeito Ruidiard de Souza Brito que aponta cerca de 30 irregularidades
dentre elas problemas na área da educação. Com relação à educação estão
listados a falta de equipamentos nas escolas, falta de manutenção da
estrutura fÃsica das unidade de ensino, falta equipamentos de
informativa, problemas nos forros das unidade e ventiladores estragados e
sem condições de uso.
No relatório também são citadas as irregularidades: Ausência de cadastro
de contribuintes do ISS e IPTU; inexistência de lançamentos fiscais;
ausência de inscrição de créditos da fazenda publica municipal na DÃvida
ativa do municÃpio; ausência na cobrança extrajudicial e ações
judiciais de execução fiscal; ausência de agentes arrecadadores; não
retenção de imposto sobre serviço; inexistência de almoxarifado;
problema com o controle interno; em todos os processos de despesas
referente a prestação de serviço ou aquisição de materiais não constam
os carimbos de atesto; parte dos bens móveis não estão emplaquetados e
não possuem termos de responsabilidade; entrega de bens públicos a
terceiros; falta de controle com gasto com combustÃvel; ruas e avenidas
estão em péssimo estado de conservação; inexistência de polÃticas
públicas de preservação ao meio ambiente; não realização de concurso
público para serviços contábeis, assessoria jurÃdica; licitações contêm
irregularidades com indÃcios de montagem; erro contábil referente ao
Cáuculo da saúde; entre outros.
O prefeito é candidato à reeleição na cidade e teve seu registro de
candidatura deferido pela Justiça Eleitoral sem pedido de impugnação por
parte do Ministério Público Eleitoral ou de algum concorrente de Brito.
Antecedente
Em julho deste ano o Ministério Público Estadual (MPE) pediu o
afastamento, pelo perÃodo de 60 dias, do prefeito de Axixá, Ruidiard de
Sousa Brito, por transferência de bem público para terceiro, despesas
ilegais com diárias, repasse de recursos para a Associação Tocantinense
dos MunicÃpios (ATM) acima do permitido, entre outras irregularidades.
Todos esses pontos estão listados no relatório do TCE.
O promotor Paulo Sérgio Ferreira de Almeida argumenta que o afastamento
temporário do prefeito é necessário porque ele teria acesso às provas e
poderia destruÃ-las, maquiar ou esconder fatos por meio da adulteração
de documentos, inclusive com uma possÃvel adulteração na formalização de
processos com data retroativa, e até mesmo aliciar testemunhas.