O MP (Ministério Público) denunciou um caso de canibalismo ocorrido dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São LuÃs (MA). Na ação movida pela 28ª Promotoria Criminal de São LuÃs, consta que o crime ocorreu em dezembro de 2013 na cela 1 do bloco C.
O ritual que chocou o MP aconteceu depois de um desentendimento de seis integrantes de uma facção criminosa, que acabou com um deles sentenciado à morte. A vÃtima foi identificada como Edson Carlos Mesquita da Silva.
O detento foi torturado e morto a facadas. O corpo foi esquartejado em 59 pedaços, além de ter o fÃgado assado e comido por seus algozes. Segundo o processo, o corpo foi espalhado por vários locais dentro do pavilhão e os criminosos teriam usado sal para amenizar o mau cheiro.
De acordo com a promotoria, foram encontrados restos da vÃtima nos dias 23 e 24. Cerca de duas semanas depois, já em janeiro de 2014, foi encontrada a arcada dentária.
O processo havia sido concluÃdo sem autoria. Mesmo assim, o MP solicitou novas diligências. O caso foi reaberto em 2014 com o aparecimento de uma testemunha-chave que contou detalhes sobre o crime. De acordo com a promotoria, o depoimento da testemunha coincide com os laudos periciais da época.
No dia do crime, a vÃtima estava na cela com Geovane Sousa, o Bacabau; Samiro Rocha de Sousa, o Satanás; Joelson da Silva Moreira, o Ãndio, que já morreu; Rones Lopes da Silva, o Roni Boy; e Enilson Vando Matos Pereira, conhecido como Matias ou Sapato, além de um homem que não foi identificado. Estes detentos são apontados como os assassinos de Edson Carlos. Os acusados foram ouvidos e negaram participação no crime.
A denúncia do Ministério Público não aponta outros crimes semelhantes nem a conivência de funcionários da penitenciária com o assassinato. A promotoria aguarda uma decisão judicial para dar prosseguimento ao caso.
Histórico de violência
Esta não é a primeira vez que o presÃdio de Pedrinhas ganha destaque por causa da violência. Em julho deste ano, quatro entidades de proteção aos direitos humanos visitaram o local e constataram diversas violações.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) também vistoriou o presÃdio. A entidade constatou que há "alto grau" de tortura a presos interrogados no PaÃs. Apenas nos primeiros seis meses do ano, foram registrados quatro homicÃdios e 14 fugas em Pedrinhas. (R7)