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08/03/2020 - 18h15m

EXPERIÊNCIAS

Professora que começou na educação lecionando em escola de Augustinópolis fala da luta pelos direitos das mulheres que têm filhos especiais

Redação

Eva Luíza proporcionou novas experiências e aprendizagens na vida da educadora Luziane (Foto: Katriel Bernardes)

A professora Luziane Pereira Castro, que começou na educação muito cedo, filha de professora que lecionava numa escola na cidade de Augustinópolis, ela substituía a mãe sempre que necessário. Essa primeira experiência com o ensino aconteceu no Centro Estadual de Educação La Salle de Augustinópolis. A educadora que atualmente trabalha na coordenação financeira do Colégio São José, em Palmas, contou que a sua vida tomou um novo sentido quando sua filha Eva Luiza nasceu, uma criança com paralisia cerebral, múltiplas deficiências e retardo neuropsicomotor. E, por causa de Eva Luíza, Luziane teve aprendizagens transformadoras no modo de pensar, de agir e de ser. Ela se tornou fiscalizadora da aplicação dos direitos da pessoa com deficiência e orienta um grupo de mães que vivenciam desafios semelhantes.

Eva Luíza está com cinco anos e oito meses, ela frequenta uma creche e ambientes de lazer. “Ninguém se prepara para ser mãe de uma criança especial. Antes de chorar ou lamentar, vamos procurar encontrar meios e formas para que nossos filhos sejam felizes. E aí, a vida segue, com as descobertas e as aprendizagens que o percurso vai oferecendo”, destacou.

Luziane é graduada em Letras, com especialização em Psicopedagogia. Depois de Augustinópolis, a educadora foi morar em Araguaína, e lá trabalhou em escolas e na Diretoria Regional de Educação. E para ter uma experiência diferente, Luziane veio trabalhar na sede da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), no setor de Assessoria de Currículos. Depois retornou à escola indo trabalhar no Colégio São José, próximo de onde reside.

Com a vinda de Eva Luíza, e para conhecer melhor o serviço da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Luziane foi trabalhar na Apae de Palmas, ficou lá por quatro anos, sendo dois deles na função de gestora da unidade. Lá, ela conheceu outras mães de filhos especiais, novos desafios, outras realidades, aprendeu a ser mais forte, mais determinada, a olhar mais para o outro e a desenvolver a resiliência.

Depois da experiência na Apae, Luziane retorna para o Colégio São José. “Gosto desta escola, que funciona em tempo integral, com o programa Escola Jovem em Ação. É uma unidade escolar inclusiva. Aqui, encontro apoio de toda a equipe, sempre que preciso dar uma atenção especial para a Eva Luíza”, frisou.

Luziane trabalha próximo à creche onde sua filha frequenta. O que facilita levar a menina para as terapias e tratamentos necessários. Mesmo sendo mãe de uma criança especial, Luziane desenvolve o seu trabalho com eficiência, consegue dar atenção às suas outras duas filhas, Luana Fernanda e Ana Laura, a cuidar de si e de sua vida social.

A educadora Luziane aprendeu a fiscalizar as políticas sociais referentes à pessoa com deficiência. Ela cita a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), de nº 13.146, de 06 de julho de 2015, que, no artigo 2º, “considera a pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial, ou qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” e orienta que mais pessoas podem estudar essa lei.

Em vários momentos da vida, Luziane presenciou casos de rampas obstruídas por veículos, outros locais sem acessibilidade. “O que mais nos deixa indignados são essas barreiras atitudinais, com pessoas agindo conforme sua individualidade, sem atitude de colaboração. Não falo apenas por mim, pode ser uma família com carrinho de bebê, um idoso com a dificuldade de levantar o pé até a calçada”, ressaltou.

Luziane aproveita a oportunidade para promover uma reflexão sobre os direitos das pessoas com deficiência e a verdadeira inclusão social. “Uma rampa, uma vaga de estacionamento especial, preferências de atendimento e afins não carregamos na bolsa. Não são acessórios, são direitos determinados para que a justa igualdade seja feita entre os seres”, alertou.

Luziane ressalta que a mulher não deve deixar de lado a sua alegria e sonhos (Foto: Katriel Bernardes)

Finalizando, Luziane fala do potencial de ser mulher. “Nós somos maestras do mundo, cada uma com um jeito peculiar de reger seu coral na vida. Cantamos as alegrias, as tristezas, os amores e não desistimos da igualdade e da lealdade. Viva nós. Feliz Dia da Mulher”.

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