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24/08/2018 - 19h00m

UFT

Projeto do Câmpus de Tocantinópolis contribui com Letramento estético na educação de jovens e adultos

História em quadrinhos ajuda jovens e adultos a ler e escreverO simples ato de ler e escrever parece simples quando a alfabetização começa na infância, mas essa não é a realidade de mais de 11,8 milhões de brasileiros acima de 15 anos que são analfabetos, como aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em pesquisa divulgada no final do ano passado. Para além desses milhões, há também quem até sabe ler e escrever, mas tem dificuldades para executar a tarefa, afinal a evasão escolar é um problema real no país.

Então, como contribuir para melhorar esses índices e ajudar quem não lê e escreve tão bem? Para o professor do curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), do Câmpus de Tocantinópolis, Gustavo Araújo, a resposta vem do letramento estético, que tem ajudado jovens e adultos do curso a desenvolver a leitura e a escrita por meio da produção de histórias em quadrinhos.

Os alunos de diferentes faixas etárias são jovens e adultos do campo, há muitos trabalhadores, geralmente de escolarização baixa e que voltaram à universidade para completar ou concluir seus estudos. No entanto, eles têm encontrado dificuldades para entender o conteúdo. Percebendo isso, Araújo aliou texto e imagem no processo de ensino e aprendizagem. Para o professor e pesquisador, “ao considerar a leitura e a escrita como práticas sociais e culturais é que o letramento se mostra fundamental no processo educacional”.

Resultado

A estratégia tem rendido bons frutos, como os colhidos pelo senhor Antônio*, de 35 anos. Ele explica que sua leitura melhorou, porque quando você faz o produto é preciso ler e reler o material, “a cada leitura que você faz você tem uma visão diferente, você acha que ficou faltando alguma coisa... então melhorou, a gente lê muitas vezes, e isso faz com que a leitura da gente melhore”.

Da mesma forma, quando perguntamos para dona Raimunda*, de 42 anos, se a história em quadrinhos ajudou ela desenvolver sua leitura verbal, a resposta é categórica: Sim! Para ela, o fato de ter que escrever a própria história, a obrigada ler o material muitas vezes, corrigi-lo, melhorá-lo e esse exercício de estar sempre revendo tudo a obrigada ter um rigor maior com a leitura e escrita, contribuindo para o seu melhor rendimento.

Alunos do curso de Educação no Campo produzem histórias em quadrinhos para ajudar no aprendizado

Araújo ainda continua estudando esse processo de aprendizagem em sua pesquisa de doutorado, segundo ele, “aliar texto e imagem no processo de ensino e aprendizagem do aluno contribui para o entendimento da realidade que o mesmo está inserido”. A hipótese é de que as histórias em quadrinhos são importantes instrumentos para o desenvolvimento da leitura e escrita dos estudantes da EJA, como os resultados preliminares da pesquisa tem apontado.

*Nome fictício

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