O QUE SE PLANTA COLHE
A vida dá muitas voltas, numa delas, o sargento da Polícia Militar do Tocantins, Justino Santos Cruz, pertencente ao 9º Batalhão da PM, e lotado no destacamento da Polícia Militar em São Bento do Tocantins, o, cruzou o caminho de Dona Irene, a quem ele tinha visto uma única vez, ainda quando criança na cidade de Serra dos Carajás (PA). No entanto, um gesto de gratidão, por parte do PM, registrado em um vídeo que viralizou nas redes sociais, revela o fruto de uma semente plantada por Dona Irene em meados de 1993.
De origem humilde, sargento Justino conta que à época, ao visitar um parque de diversão de propriedade de Dona Irene, na cidade do Estado vizinho, desejou comer uma maçã do amor, mas não tinha dinheiro pagar comprar. Foi quando decidiu pedir a dona do Parque. “Eu disse para ela que queria uma maçã, mas não tinha dinheiro, então ela me disse que eu não ia ficar só na vontade, pegou a maçã e me deu. Para muitos era só uma maçã, mas pra mim, que não tinha como pagar, era tudo naquele momento. Nunca mais esqueci aquele gesto”, relata o Sargento.
Hoje, 27 anos depois, Dona Irene se instalou na cidade de São Bento do Tocantins, com o mesmo parque, em busca da sobrevivência dela e de sua família. Ocorre que com a chegada da pandemia do novo coronavírus, o estabelecimento está fechado e sem previsão de quando voltará a funcionar. O militar relata que em patrulhamento na cidade, passou a indagar sobre a origem do parque e ficou sabendo que se tratava do mesmo empreendimento onde a senhora havia lhe dado a maçã quase 30 anos atrás.
“Como o parque está fechado por causa da pandemia e eles estão sendo assistidos pela prefeitura, perguntei de onde eles eram e de que forma a gente poderia ajudar, foi quando descobrir que era o parque da Dona Irene e que ela era a mulher que havia me dado a maçã. Ai preparei uma surpresa para ela, uma compra e levei até o parque”, conta o Sargento emocionado.
“Eu queria retribuir o gesto sem a intenção de divulgar, mas, como ela não estava no parque na hora da entrega, fiz o vídeo explicando o porquê da doação, só para ela entender mesmo, mas como eu estava fardado e na viatura, eu mandei também no grupo do Batalhão só para o pessoal ter ciência da ação, mas acabou viralizando”, disse.
Ao finalizar, o militar que é natural da cidade de Imperatriz no Maranhão e ingressou na PM em 2007, diz que “a lição que fica é que a corrente do bem nunca acaba, quando você faz algo de bom ao próximo, pode passar 20, 30 ou mais anos, um dia ela voltará para você, ainda que não seja a mesma pessoa, mas, sempre volta”, finaliza. (Com informações do Portal CP Notícias)