SAMPAIO: MST acusa membro da família Cayres de grilagem de terras e quer intervenção do Incra

Famílias pertencentes ao Movimento Sem Terra do Tocantins (MST-TO) assentadas no Projeto de Assentamento Cupim, que fica em Sampaio, serão obrigadas a deixar o acampamento para cumprir determinação judicial que concedeu liminar de reintegração de posse em favor do suposto proprietário das terras. A Defensoria Pública Estadual recorreu da decisão. Porém, a Justiça manteve a determinação e a reintegração de posse está prevista para ser cumprida na segunda-feira, 9.

“O movimento entendendo que nesta situação se vê claramente que há um ato de injustiça totalmente improcedente, espera que o Estado reveja há tempo esta sua lamentável postura”, lamentou o MST.

O assentamento PA. Cupim foi criado em 1992 e assentadas 74 famílias numa área de 5.377 hectares. Atualmente esta área, com mais de 700 hectares, conforme aponta o MST, se encontra irregularmente ocupada por membros da família do empresário Armando Cayres. De acordo com o movimento, o suposto proprietário das terras da Fazenda Alto Bonito, Jairton Pereira Almeida não trabalha na área e não a conhece. “Ele trabalha como funcionário no posto de gasolina do fazendeiro Armando Cayres, em Augustinópolis”, afirma o MST.

Diante desta situação, famílias do movimento de reforma agrária decidiram ocupar a área para denunciar a suposta irregularidade e exigir que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) retire o fazendeiro da área e assente as famílias sem-terra.

O instituto, segundo o MST, já realizou vistorias no local e constatou a existência de irregularidades por parte do fazendeiro, o qual foi notificado. Entretanto, este ingressou com a ação na justiça e teve decisão favorável.

Histórico
Mais de 70 famílias do acampamento Padre Josimo que se encontravam acampadas às margens da rodovia, TO-407, ocuparam no dia 28 de março uma área de terra no PA Cupim no município de Sampaio e Carrasco Bonito.

O acampamento Padre Josimo foi articulado e montado em outubro de 2014 e maio de 2015. Com o compromisso do Incra viabilizar terras da região para o assentamento das famílias. O órgão realizou devidamente o cadastro das famílias e vem fazendo acompanhamento.

O MST informou ainda que na área do Assentamento Cupim as famílias já estão organizando atividades produtivas. No local se encontra mais de 50 crianças e pessoas idosas.