O Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (SISEPE-TO), denunciou ao Procurador Geral de Justiça do Tocantins, Clenan Renault de Melo Pereira, o rombo no Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins. Na denúncia o presidente do Sindicato, Cleiton Penheiro, argumenta que, embora por diversas vezes o SISEPE-TO tenha encaminhado denúncias e cobrado providências contra o rombo no IGEPREV, até agora não se tem os culpados pela prática, em tese, de ato de improbidade administrativa.
O presidente do SISEPE-TO argumenta que o governo do Tocantins tem se mostrado incompetente para gerir o IGEPREV. “Basta ver que vários ex-gestores foram condenados a devolver cerca de R$ 20 milhões aos cofres públicos por causa da má gestão do IGEPREV ao longo de 22 anosâ€, consta na petição.
Cleiton Pinheiro diz também que a partir de 2011, na gestão do governador Siqueira Campos, a situação do IGEPREV se agravou. “O governo começou a fazer investimentos em renda variável acima dos 25% permitidos em lei e chegando, em alguns casos a 100%. Isto causou um prejuÃzo de R$ 153.639.160,71, confirmados pelo Ministério da Previdência, em auditoria especÃficaâ€.
Ainda de acordo com a denúncia encaminhada ao procurador-chefe do Ministério Público Estadual, o presidente do SISEPE-TO argumenta que nos anos de 2011 e 2012 – perÃodo em que Eduardo Siqueira Campos era presidente do Conselho de Administração do Instituto - o IGEPREV fez inúmeras aplicações temerárias em fundos “podresâ€.
O próprio relatório assinado por auditores do Ministério da Previdência, em agosto de 2012, aponta que o IGEPREV possuÃa aplicações ilegais e irregulares em dez fundos de investimentos, o que teria causado prejuÃzos superiores a R$ 156 milhões.
O SISEPE-TO relata uma série de providências solicitadas em conjunto pelas entidades classistas aos órgãos de Fiscalização e Controle, como Tribunal de Contas do Estado, Ministério Públicos Estadual, Procuradoria Geral da República e Ministério da Previdência a fim de estancar a sangria dos cofres do IGEPREV, cujo rombo pode ser superior a R$ 1 bilhão, conforme avaliação dos atuais gestores do instituto.
DESCONFIANÇAS E INCERTEZAS
O presidente do SISEPE-TO também demonstra preocupação com a atuação gestão do IGEPREV e defende que o instituto seja gerido por servidores de carreira do quadro próprio do Estado. Cleiton Pinheiro afirma que mesmo após a posse do governador Marcelo Miranda as desconfianças e incertezas continuam em relação ao IGEPREV.
O presidente do SISEPE-TO informou ao Procurado Geral de Justiça que o atual presidente do Conselho de Administração do Instituto, José Carlos Rodrigues Bezerra, foi condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por infração à s normas de investimentos de fundo do Banco da Amazônia, que geraram prejuÃzos de R$ 98 milhões. “O que já se pode observar é que os novos gestores do IGEPREV também estão sendo condenados por improbidade administrativa na gestão de fundos de investimentos do Banco da Amazônia. Como poderá presidir o Conselho de Administração do IGEPREV com lisura e transparência?†questiona Cleiton Pinheiro.
Ao final o presidente do SISEPE-TO pede ao chefe do Ministério Público do Tocantins que adote as providências necessárias através de procedimento administrativo, inquérito civil e, se necessário, ação civil pública e ação penal, referentes às condutas ilegais e imorais ocorridas na gestão do IGEPREV.