Cinco homens entre 18 e 28 anos foram detidos na madrugada desta quarta-feira (4), em Palmas, suspeitos de incendiarem dois ônibus na capital, na última sexta-feira (27) e sábado (28). A identidade dos suspeitos não foi revelada pela polÃcia. A prisão só foi possÃvel depois que um deles denunciou os outros, a fim de levar a recompensa de R$ 15 mil oferecida pelo prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP). Ele negou participação nos crimes e foi liberado após colaborar com as investigações. Os outros quatro suspeitos continuam presos.
Desde a última sexta-feira, cinco ônibus foram incendiados em ataques realizados no Tocantins. Além dos dois veÃculos destruÃdos em Palmas, três foram queimados em AraguaÃna, no norte do estado.
Um dos suspeitos confirmou que a ordem para queimar os ônibus partiu de presos da Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP). Segundo o prefeito, os criminosos ofereciam
R$ 8 mil para cada veÃculo destruÃdo pelo grupo. A denúncia foi recebida na noite de terça-feira (4), pela prefeitura e depois encaminhada para a Guarda Metropolitana da capital (GMP), sendo então repassada para as polÃcias Civil e Militar, que investigaram e realizaram as prisões.
A delegada da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), Liliane Albuquerque, disse que o suspeito confessou que os ataques estão relacionados com a greve da PolÃcia Civil. "Ele narrou que foi convidado por dois rapazes para participar do incêndio aos ônibus em Palmas e que seria uma represália pela falta de visitas por causa da greve da polÃcia. Essa ordem teria partido de uma organização criminosa de dentro da CPPP, inicialmente em Palmas, mas depois em AraguaÃna e Gurupi", explica.
Segundo o subtenente da Rotam, Gleidson Ribeiro, o grupo estava pronto para fazer novos ataques. "Eles estavam prontos para queimar vários ônibus em vários lugares do Tocantins. Todos eles receberam ordens de dentro dos presÃdios", destaca.
Por uma rede social, Amastha afirmou que entregará a recompensa de R$ 15 mil pessoalmente. Os quatro suspeitos devem ser encaminhados para a CPPP, após decisão da Justiça.
Entenda o caso
Na última sexta-feira (27), por volta da meia-noite, perto da praia das Arnos, região norte de Palmas, quatro homens armados invadiram um ônibus, pediram que o motorista e os passageiros saÃssem e atearam fogo no veÃculo que ficou totalmente destruÃdo.
No dia seguinte, outros dois ônibus foram alvos de ataques, desta vez na região sul da capital. No setor Jardim Aureny IV, por volta das 23h30, um dos veÃculos foi alvejado a tiros, mas não parou, seguindo o trajeto. Mais tarde, na TO-050, novamente quatro homens invadiram o coletivo em uma parada, mandaram os ocupantes sair e colocaram fogo.
Já na noite desta segunda-feira (2), três ônibus foram destruÃdos. Dois deles foram incendiados na garagem da Viação Lontra, responsável pelo transporte coletivo em AraguaÃna, no norte do estado. Em frente ao estádio Mirandão, um ônibus de transporte escolar que estava estacionado também foi queimado.
De acordo com a SSP, uma das possibilidades é que os ataques tenham sido ordenados por facções criminosas, descontentes com o cancelamento das visitas nos presÃdios devido a greve da PolÃcia Civil.