Desde dezembro, a Universidade Federal do Tocantins (UFT), por intermédio da Diretoria de Comunicação (Dicom) resgata a história da instituição por meio de relatos de alunos, professores, técnicos e terceirizados. Trata-se da campanha “Sou quem sou porque somos Todos UFTâ€, que conta desta vez, a trajetória da professora Luciene Reis Silva, graduada em Pedagogia, no Câmpus de Tocantinópolis.
No inicio de 2008, foi aprovada no vestibular para cursar Pedagogia. A partir desse momento, começou a participar dos eventos promovidos pela UFT, porém, as aulas começaram somente em agosto de 2009. Desde então, participa de diversas atividades que a universidade oferece aos discentes considerando ensino, pesquisa e extensão. Luciene segue contando a sua história.
Minha graduação foi intensa, tive uma dedicação exclusiva a UFT, soube aproveitar cada oportunidade apresentada, mas ressalto que, sem a organização e a participação dos docentes do Câmpus de Tocantinópolis, os vários projetos em diversas áreas do conhecimento que estes desenvolvem, minha graduação teria sido efêmera e sem grandes significados, tanto na vida pessoal, quanto na vida profissional.
Pibid: Não poderia deixar de mencionar as contribuições que tive via Programa institucional de bolsa de iniciação à docência (Pibid). Iniciei no Pibid no segundo perÃodo do curso e permaneci por três anos e oito meses. Neste, não só eu, mas todas as pessoas que integraram a equipe puderam contar com experiências riquÃssimas que complementaram nossa formação, pois como sabemos a formação acadêmica vai além da sala de aula.
O Pibid propôs e desenvolveu um conjunto de ações realizadas em escolas do municÃpio de Tocantinópolis no ensino fundamental 1º fase, priorizando as turmas de alfabetização. As ações realizadas contavam com dois eixos: alfabetização com textos e avaliação na alfabetização. Ou seja, o programa nos possibilitou uma aproximação com a realidade educacional do municÃpio, muito relevante à nossa formação e atuação docente. A partir desta aproximação pudemos pensar criticamente aspectos educacionais, bem como, a percepção de que teoria e prática são indissociáveis.
Neaf/UFT: faz-se importante mencionar as contribuições do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares da Ãfrica e dos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Tocantins (Neaf/UFT), criado no dia 21 de março de 2011, no Câmpus de Tocantinópolis, ressaltando que sou membro e fundadora. O Núcleo é constituÃdo por um ou mais Grupos de Pesquisas e ou de Extensão, devidamente certificados pelas instâncias responsáveis da UFT, tendo por finalidade e atividade principal o desenvolvimento da pesquisa, do ensino na pós-graduação e da extensão, de forma indissociável, voltado, principalmente, para as questões étnico-raciais.
Os conhecimentos advindos da participação no Núcleo também foram significativos para minha formação. A partir do Neaf, pude desenvolver pesquisas que deram origem a artigos e ao meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Também pude participar da organização da Semana da consciência negra/SECONE, bem como, ministrar oficinas, apresentar comunicação oral, debater filmes via convênio NEAF/Cineclube, mediar e participar de mesas, ministrar conferência de abertura e participar de congresso como Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as COPENE, neste congresso tive minha participação custeada pela CAPS/UFT.
Bolsa Permanência: Não poderia deixar de mencionar também o perÃodo em que fui bolsista permanência. Neste perÃodo participei do projeto Financiamento da Educação Infantil em Tocantinópolis: uma investigação sobre o atendimento à Educação Infantil após criação do Fundeb. A pesquisa ainda em andamento analisa o processo de atendimento à s crianças de zero a cinco anos de idade no municÃpio de Tocantinópolis, depois que a Educação Infantil foi incluÃda no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Minha trajetória acadêmica não foi fácil, pois os processos que envolvem a aquisição e a construção de conhecimentos são árduos, porém muito gratificante.
Fui uma criança negra, uma adolescente negra, uma adulta negra oriunda de uma famÃlia econômica e socialmente carente. Hoje sou Luciene Reis Silva, mulher negra do Norte do Brasil, professora universitária (substituta) formada e atuante no câmpus de Tocantinópolis, aspirante a pós-graduação/mestrado e doutorado. Se hoje Sou o que sou é porque somos UFT.
Saiba mais sobre a campanha.