E para lembrar-se de situações desse tipo, em 21 de março é comemorado o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Para marcar a data, o Câmpus de Tocantinópolis da Universidade Federal do Tocantins (UFT) realiza nesta segunda-feira, 21, às 19h, no Auditório Vigilante Adão Ribeiro da Silva uma palestra sobre a importância da luta internacional contra toda e qualquer forma de racismo, de discriminação e de preconceito.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE), mais da metade da população do Brasil se autodeclararam negros ou pardos. Porém esta grande parcela representa ainda a minoria entre os mais ricos do paÃs, além de serem em grande parte alvo de preconceitos.
A palestra será realizada pelo professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Câmpus de Imperatriz, Fábio José Cardias Gomes. "Este momento é para refletirmos o tema na contemporaneidade a partir de um pensamento-ação, direitos epistêmicos, polÃticas de desobediência, psicologia e imaginário intercultural", ressaltou Gomes.
Na ocasião também será comemorado o quinto ano de existência do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares da Ãfrica e dos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Tocantins (Neaf/UFT). Criado no dia 21 de março de 2011, no Câmpus de Tocantinópolis, o Núcleo é constituÃdo por um ou mais Grupos de Pesquisas e ou de Extensão, devidamente certificados pelas instâncias responsáveis da UFT, tendo por finalidade e atividade principal o desenvolvimento da pesquisa, do ensino na pós-graduação e da extensão, de forma indissociável, voltado, principalmente, para as questões étnico-raciais.
Para o organizador do evento e professor, João Batista de Jesus, afirma ter encontrado em situações pontuais de discriminação a motivação para o debate das questões raciais. "As palavras pejorativas frequentemente atribuÃdas aos jogadores de futebol negros no Brasil são apontadores da dimensão do racismo no Brasil. Em âmbito local, destaco o racismo que os Ãndios enfrentam, até mesmo na universidade. O debate do racismo começou no Apartheid mas continua em voga", pondera.
O professor destaca ainda o papel da universidade na luta contra discriminação racial. "Podemos não só implantar as polÃticas de cotas sociais, mas levantar o debate da adoção de práticas de inclusão racial para toda a comunidade", finaliza.
Data - O Dia foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em referência ao Massacre de Sharpperville. Em 24 de março de 1960, em Johanesburgo, na Ãfrica do Sul, 20 mil pessoas faziam um protesto, mobilizada pelo Congresso Pan-africano, contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra daquele paÃs a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacÃfica, a polÃtica do regime de Apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos. Em memória a este massacre a ONU instituiu esta data. (Com informações / Ascom UFT)