IFTO
Iniciativa teve a participação de estudantes dos cursos de Engenharia Agronômica e Técnico em Agropecuária do IFTO de Araguatins.
Como parte das comemorações do mês dos indígenas, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) da unidade Araguatins do IFTO e membros do Projeto de Pesquisa de Arranjo Produtivos Locais sobre o coco babaçu (PAP-APL) desenvolveram atividades com o povo Apinayé, no município de Tocantinópolis, nos dias 12 e 13 de abril. Tendo a participação de estudantes dos cursos de Engenharia Agronômica e Técnico em Agropecuária, os quais vivenciaram uma imersão com a comunidade Apinayé, para a promoção do resgate de conhecimentos tradicionais sobre os usos e costumes associados ao babaçu, o fortalecimento cultural, a discussão sobre o manejo sustentável dessa espécie e a gestão ambiental na terra indígena, bem como na produção de artesanato, a partir dos insumos naturais que possuem no seu entorno.
Uma visita técnica realizada no dia 12 de abril pelo projeto APL coco babaçu às comunidades indígenas fizeram parte das atividades. A aldeia São José foi a primeira a ser visitada, lá foi observado a organização das crianças, em uma escola estadual indígena Matykd, e a primeira língua que eles aprendem, a língua materna e depois ele aprendem a língua portuguesa. Um dos problemas analisados no local foi evasão escolar. No dia 13 foi feita uma visita à comunidade indígena Mariazinha, sendo observado na escola Mãtyk uma estrutura totalmente de palha, configurando a cultura dos indígenas. Na mesma comunidade uma outra escola foi visitada, essa apresentava uma estrutura denominada cupen, que significa não indígena. Durante às escolas Tekator e Mãtyk, foi analisada, também, a relação delas com a cadeia produtiva do coco babaçu, como forma de ensino, arte e extrativismo. Houve diálogos com os caciques Evaldo e Euclides Apinayé.
Foi realiza, ainda, uma visita à empresa Tobasa Bioindustrial Ltda, onde verificou-se as etapas de produção do carvão ativado, que é utilizado para a indústria, principalmente para a área de filtros e bebedouros. Segundo o professor do IFTO e orientador da atividade técnica, Paulo Hernandes Gonçalves, da Silva, o objetivo do projeto de pesquisa é analisar as perspectivas dessa cadeia produtiva tradicional do norte tocantinense, sob os vieses e olhares distintos dos povos indígenas Apinayé, das quebradeiras de coco e da produção industrial (a saber: carvão ativado e óleo vegetal).
O estudante do curso de Engenharia Agronômica, Davi Sousa, relatou que durante as visitas a preservação da tradição indígena, como por exemplo, a preservação da língua mãe, a qual eles aprendem primeiro que a língua portuguesa, a utilização de plantas para fins medicinais e a realização de festas tradicionais.
No que se refere às próximas ações do projeto de pesquisa, serão feitos relatos das experiências dos estudantes durante o I Simpósio Temático de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (1º STEABI) promovido pelopelo Neabi. O evento acontecerá nos dias 15 e 16 de maio de 2023, no auditório Pioneiros da unidade de Araguatins, com a temática: “Religiosidade, Cosmologia e Cultura”, contanto com a presença do pesquisador da Universidade Federal do Norte do Tocantins, líderes Apinayé e representante de religião de matriz africana, além de apresentações culturais organizadas pela professora de Artes da unidade de Araguatins, Cássia Pereira.