O Tocantins faz parte de um dos mais importantes sistemas aquÃferos do Brasil, o Urucuia, responsável pela alimentação de praticamente todos os afluentes da margem direita do Rio Tocantins. Com 142 mil km², passando por seis Estados, o Sistema AquÃfero Urucuia (SAU) implementa ainda, com suas águas subterrâneas, alguns dos principais projetos de irrigação e piscicultura, principalmente da região sudeste tocantinense.
De acordo com a Agência Nacional das Ãguas (ANA), a área de afloramento do Sistema AquÃfero Urucuia vai do sul do Piauà ao noroeste de Minas Gerais, passando pelo sul do Maranhão, nordeste do Tocantins e oeste da Bahia. O SAU contribui para duas das principais bacias do Brasil: São Francisco e Tocantins. O Tocantins é o terceiro Estado com maior ocupação da superfÃcie aquática do Urucuia, com 18 mil km², ficando abaixo apenas de Minas Gerais e da Bahia.
O diretor do Departamento de Planejamento e Gestão dos Recursos HÃdricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semades), Aldo Azevedo, informou que o SAU é a principal fonte de alimentação das nascentes dos rios na região da Serra Geral. Assim, recebem as águas os rios Palmeiras, Sobrado, Palma, Manoel Alves, Sono e Rio das Balsas. “São essas águas que alimentam os rios no perÃodo da seca. Praticamente todos os afluentes da margem direita do Rio Tocantins são alimentados por esse aquÃferoâ€, explicou.
Desta forma, alguns dos mais importantes projetos que envolvem uso de águas no Tocantins recebem alimentação do Sistema AquÃfero Urucuia. Conforme o diretor da Semades, o projeto Manoel Alves, entre os municÃpios de Dianópolis e Natividade, por usar água do rio de mesmo nome, depende da alimentação do SAU. “O projeto Tamborá, o maior projeto de piscicultura do Estado também é alimentado pelas águas do aquÃferoâ€, completou.
Turismo e semiárido
Azevedo informou que 23 municÃpios da região sudeste, que sofre fortes baixas aquáticas no perÃodo de estiagem, são beneficiados pelas águas do Urucuia. Indiretamente, o recém-lançado programa Tocantins sem Sede, que irá construir cisternas e barragens para levar água potável à população, também recebe recursos do SAU. “Para as cisternas, até que não, porque elas são abastecidas com água das chuvas. Mas as represas são com águas do AquÃferoâ€, explicou.
Uma das regiões com maior potencial turÃstico no Tocantins, o Jalapão também deve ao Urucuia sua capacidade aquática em rios e cachoeiras, segundo informação do diretor da Secretaria do Meio Ambiente. Os rios que cortam a região, segundo Azevedo, também são alimentados pelas águas do Sistema AquÃfero. “Por isso que dizem que o Jalapão é um deserto rico em recursos hÃdricosâ€, frisou.
Gestão Integrada
Como o aquÃfero é uma fonte de recursos que percorre seis estados, a gestão dessas águas precisa ser feita de maneira a não prejudicar o fornecimento para nenhum usuário. Para tanto, a Agência Nacional das Ãguas vem promovendo o levantamento de dados, visando a elaboração de um planejamento de gestão integrada dos recursos hÃdricos do SAU. A apresentação do Plano do Sistema AquÃfero Urucuia está prevista para setembro. “A gestão de águas subterrâneas é de responsabilidade dos estados. Como o aquÃfero é usado por seis estados, a ANA achou por bem pagar um estudo para os Estados terem um banco de dados para elaborarem o Plano de Gestão Integradaâ€, salientou Azevedo.